O estudo da Cultura Organizacional
As dificuldades estão no objeto ou nas formas de defini-lo?
Migueles, Carmen Pires
por Roseane Grossi
Ø Esforço maior que o progresso
Ø Estaria a dificuldade na própria natureza do objeto?
Ø Maior ou menor inadequação de abordagens teóricas e metodológicas e as conseqüências para o emprego de métodos qualitativos nos estudos organizacionais
Ø Ciências Humanas e Sociais – Fenômeno Organizacional
Ø Termo cultura como um guarda-chuva
Ø Antes de investigar o que significa cultura, perguntar o que queremos fazer e a relevância para fenômeno organizacional
Ø O conceito deve referir-se:
o Definições do objeto, teorias e formas de compreender
Ø Antropologia, psicologia e sociologia
Ø Bourdieu (1977) - Riscos
Ø Há poucos pontos de interação estruturados e de consenso
Ø Afirmações pouco claras e sem prever a verificação por outros pesquisadores
Ø Sujeitos sociais alteram contextos sociológicos, mas de forma e sob condições específicas
Ø Max Weber, Karl Max e Durkheim oferecem alternativas ao método positivista (Augusto Comte) Esforços que buscam as causas do comportamento social em domínios que estão fora dos limites da consciência humana
Ø Sobre o estudo da cultura organizacional
Ø Objetivo é compreender a lógica dos comportamentos dentro de uma organização - Objeto de estudo é a gramática simbólica desse grupo
Ø Cultura é um padrão de pressupostos básicos compartilhados que o grupo aprendeu conforme resolvia seus problemas de adaptação externa e integração interna, e que funcionou bem o suficiente para ser considerado válido e, portanto, ser ensinado aos novos membros como uma maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas
Ø Há um objeto que circula entre o social, coletivo e universo do inconsciente individual, de maneira fluida e inacessível
Ø Assim, o proposto por Schein é uma definição de cultura operacionalizável em termos de pesquisa?
Ø Com esse conceito, pode-se dizer qualquer coisa, sem estar necessariamente certo ou errado
Ø Estudar a cultura é buscar estruturas de significação, determinando ao mesmo tempo, sua base social e sua importância (GEERTZ)
Ø Cultura não é sinônimo de sentimentos, valores ou crenças partilhadas - Formas compartilhadas de perceber a realidade em termos de que esses valores e crenças individuais podem ser compreendidos
Ø Estruturas?
o Gramática simbólica de uma determinada sociedade e que podem ser estudadas através da semiótica (signos)
Ø A ação é uma forma de linguagem, precisa ser compreendida e fazer sentido dentro de um determinado contexto no qual se insere
Ø Cultura organizacional e cultura nacional é a mesma coisa?
Ø Cultura nacional é um contexto maior dentro do qual as culturas organizacionais se inserem
Ø Valores e crenças são representações individuais. A cultura é uma pré-condição para representação de sua condição de inteligibilidade
Ø Há tendências bastante marcantes no exercício do poder em moldes paternalistas e personalistas que não premiam o empreendedorismo, mas a pró-atividade caracterizada pela antecipação dos desejos de liderança - Tendências autoritárias bastante perversas e destruidoras
Ø Quanto mais a cultura privilegia formas autoritárias de poder, maior será a influência da liderança
Ø Cultura organizacional e liderança são faces da mesma moeda (SCHEIN)
Ø Líder e chefe
Ø Pela análise da sociologia, interessaria é como valores e crenças se articulam no curso da interação social com os desafios enfrentados
Ø Os contextos são criados por interações sociais em fluxo, então uma cultura organizacional não é algo rígido. Elementos que alteram o contexto também modificam as interações sociais, a reintegração e a transformação dinâmica das personalidades (CASEY, 1995; KUNDA, 1992; KONDO, 1990)
Ø Mudanças dificultadas pela forma como as subjetividades foram construídas a partir da cultura nacional e empresarial
Ø Para gerir adequadamente a cultura ou sua mudança faz-se necessário considerar os aspectos semióticos e comunicacionais e o aspecto psicológico de resistência a mudança
Ø Verificação das mensagens
Ø Antropologia: analisar o universo simbólico, sua constituição ao longo do tempo, verificando a relevância em termos sociais - Reorganizar esse universo
Ø Mudanças não devem ser feitas por uma única vertente
Ø Se a decisão for por não entrar nas complexidades epistemológicas dessas áreas, que a opção seja feita de forma consciente, adaptando os objetivos da pesquisa aos limites concretos das possibilidades epistemológicas escolhidas. O sucesso está vinculado ao reconhecimento das capacidades e das limitações das contribuições, buscando sustentação prática e teórica
Ø Complementaridade entre antropologia, psicologia e administração
