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quinta-feira, 12 de junho de 2008

G.S.A - Aula 6 - Aspectos da Gestão Ambiental em empresas industriais

por Marcella Santos

As empresas industriais que procuram manter-se competitivas ou mesmo sobreviver e se ajustar a um ambiente de negócios turbulento e imprevisível percebem cada vez mais que, diante das questões ambientais, são exigidas novas posturas, num processo de renovação contínua, seja na maneira de operar seus negócios, seja em suas organizações (Sanches, 2000). O objetivo deste trabalho é mostrar alguns desses aspectos que envolvem a Gestão Ambiental em empresas industriais.
A sociedade industrial enfrenta uma crise institucional profunda que envolve decisões que precisam ser tomadas sob novas regras e bases, que aceitam o diálogo e reconhecem como inevitáveis a ambigüidade e ambivalência dos processos sociais (Teixeira e Bessa apud Beck, 1994). Essa sociedade se transformou em uma “sociedade de risco”, que produz e distribui desigualmente os riscos ambientais e sociais, gerando incertezas e efeitos imprevisíveis (Teixeira e Bessa, 2006). Ao mesmo tempo precisa encarar as pressões externas com competitividade, enfrentar rígidos e custosos critérios ambientais para licenciamento, melhorar o binômio preço-desempenho e desenvolver o país de forma sustentável.
Para Sanches (2000) existe uma tendência dos setores industriais evitarem mudanças forçadas por meio de regulamentação ambiental ou por atritos e desastres que gerem uma imagem pública negativa. Com isso a auto-regulamentação passa a representar uma iniciativa comum que empreende e dissemina práticas que promovam maior responsabilidade quanto às questões ambientais, mediante adoção de padrões, regras, monitoramento etc. Podem acontecer por meio de acordos voluntários, princípios e códigos de conduta, parcerias entre empresas ou por iniciativa própria, focada no desempenho de seus próprios negócios, o que caracteriza uma postura proativa.
Outro aspecto importante diz respeito à inovação e tecnologia, elementos fundamentais para o desempenho econômico, produtivo e ambiental. Rohrich e Cunha (2004) citam a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento “a tecnologia continuará a mudar a tessitura social, econômica e cultural das nações e da comunidade mundial: as tecnologias novas oferecem grandes oportunidades para elevar a produtividade e os padrões de vida, melhorar a saúde e conservar as bases dos recursos naturais”. As principais inovações estão no campo da melhoria na eficiência produtiva com menor utilização energética, prevenção de impactos ambientais, controle de poluição, maior segurança e comprometimento de todo o staff da empresa, dentre outras.
Em consonância a gestão ambiental, a responsabilidade social passou a fazer parte dos projetos nas indústrias. De acordo com Vergara & Branco (2001) hoje as empresas são julgadas por seus compromissos éticos, pelo foco nas pessoas e pelas relações responsáveis com o meio ambiente. A partir disso, duas premissas são levantadas em relação à abordagem ética assumida pela sociedade industrial: a primeira em relação à preocupação por atender às necessidades e interesses dos stakeholders, e a segunda, em relação à importância desses investimentos para viabilizar a preservação e melhoria da imagem das empresas, angariar um número maior de clientes, contar com funcionários motivados, e conseqüentemente obter maior retorno financeiro (Vera e Fusco, 2002).
Neste texto foram mostrados alguns aspectos que permeiam o contexto da sociedade industrial, como a crise institucional que esta enfrenta, a tendência da auto-regulamentação em detrimento do gerenciamento de crises, a importância da inovação e da tecnologia na busca de soluções para os problemas ambientais e por fim a abordagem ética relacionada ao altruísmo ou egoísmo, diante da natureza das decisões oportunistas ou isentas de interesses particulares.

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