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quinta-feira, 24 de abril de 2008

G.S.A - Aula 3 - Ética e Gestão Ambiental

por Marcella Santos ( paper duramente criticado pelo professor )

Ética Corporativa

Muitos dilemas envolvem o termo ética corporativa, dentre eles a dissonância entre discurso e prática, a expectativa em relação a resultados financeiros, as restrições e perdas que a ética impõem em função da sustentação de valores como honestidade, verdade e justiça. As preocupações éticas estão presentes nas organizações, apresentando-se no âmbito de responsabilidade, convicção ou discussão. Em alguns casos, buscam um consenso dos stakeholders em torno de um ideal, a fim de minimizar o mal-estar gerado em nossa sociedade pela ascensão do individualismo. O objetivo deste texto é demonstrar sob o ponto de vista dos autores citados, aspectos da ética da convicção, da ética da responsabilidade, acrescentando-se a ética da discussão.
O discurso da ética corporativa, segundo Cohen (2003) oferece o paraíso em versão adaptada ao ideal de negócios. Vários estudos sugerem que o compromisso ético traz resultados financeiros. Concepção delicada já que existe uma linha tênue entre postura ética e lucratividade. Para Enriquez (1997) a empresa tem como principal objetivo os resultados contábeis, portanto a cifra torna-se o principal sinal de excelência. O ser humano passa a ser visto como manipulador perverso, que não se interessa pelo outro, a não ser que isso favoreça a satisfação de seus desejos, o que gera mal-estar. Neste momento a empresa profere um discurso ético e se apropria da verdade e transparência.
Por convicção “empresas conseguem fazer crer a seus membros que ela é virtuosa, que considera os homens, suas opiniões e sua vida e que pode ser então, o pólo idealizado por excelência” (ENRIQUEZ,1997), assim uma dupla referência é notada, a transformação da organização em comunidade e o culto da soberania pela verdade, que satisfaz os desejos individuais dos membros da empresa. Quanto maior o grau de aceitação de perdas em função da ética, maior a convicção. Sob esse aspecto, a empresa só poderia existir se seus atores trabalhassem para o sucesso do conjunto. Refere-se à ética do tudo ou nada, não se pode instrumentalizar o ser humano, pois ele não é um meio, mas o fim e assim por convicção não são medidas forças para atingir um objetivo.
Na ética da responsabilidade os homens escolhem como agir em função da probabilidade de sucesso, sendo mais político em suas ações e compreendem que suas decisões serão julgadas. Um exemplo dado por Cohen (2003) cita uma empresa de defensivos agrícolas que deixou de “empurrar” um produto ao consumidor no começo do ano que só seriam utilizados em outubro. Começou com isso aplicar a ética nos negócios mesmo sabendo que o faturamento diminuiria. Pode ter sido uma estratégia futura de mercado; Pena (2004) diz que não se pode reduzir a ética a uma dimensão estratégica, mas desde que não haja um discurso ideológico, legitimador e distante da prática efetiva, estrategicamente é um recurso válido.
A ética da discussão propõe acordos e concessões aceitos por todos, surge em oposição à ética da convicção. Ao se comunicarem entre si, as pessoas buscam a verdade, soluções justas e eficazes. Porém a busca de um princípio universal pode dificultar o consenso. A participação em conjunto na tomada de decisão possibilita por um momento o abandono dos interesses individuais e desperta o sentimento de unidade e comunidade, podendo evocar valores. Estes, se internalizados por esses indivíduos, poderão direcioná-los à ética.
Complementar com Ética da Finitude.

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