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Muitas pessoas gostariam de fazer um mestrado e seguir a carreira acadêmica, mas não fazem idéia do que é a rotina de um mestrando. Aqui poderão conhecer um pouco mais.

terça-feira, 22 de abril de 2008

E.E - Aula 5 - Safári de Estratégia

Um roteiro pela selva do planejamento estratégico
Henry Mintzberg / Bruce Ahlstrand / Joseph Lampel

por Marcella Santos

Fábula dos cegos e o elefante
O elefante sob a percepção de alguns cegos, cada um por uma parte analisada compreende o animal de uma forma: pelas laterais – uma parede; pela presa – uma lança; pela tromba – uma serpente... Afinal, o que é um elefante? Quem está certo? Se não podemos ter contato com o todo, saberemos apenas as partes.

O que é estratégia?
Estratégia tem uma ampla gama de conceitos, cada autor tem uma visão, um paradigma que defende. O livro é um estado da arte sobre a estratégia, definições não compreendem o todo, apenas as partes.

Pensamento dividido em escolas
Ø Prescritivas: modelo pronto para resolver problemas, como as estratégias devem ser formuladas.
Ø Descritivas: Como as estratégias são formuladas


Intenções plenamente realizadas são chamadas estratégias deliberadas e quando elas não se realizam são chamadas irrealizadas. Mas como classificar um padrão realizado que não era pretendido? Estratégias Emergentes.


Qual estratégia utilizar?
Ø Deliberada: Planejada/Gera menor aprendizado e maior controle
Ø Emergente: Certa passividade/Gera maior aprendizado e menor controle.
Aparecem misturadas, não em sua forma pura. Devem exercer controle fomentando o aprendizado, a estratégia diz respeito tanto à organização, quanto ao ambiente.





PRESCRITIVA


Escola do Design
Formação da estratégia como um processo de CONCEPÇÃO. Busca atingir uma adequação entre as capacidades internas e externas à organização. A importância do ambiente (SWOT), avaliação externa e interna é um princípio de avaliação. Estratégias eficazes derivam de um pensamento humano. O estrategista é o CEO ou o dono da empresa, ele desenvolve as idéias e todos têm que seguir rigidamente. Normalmente o modelo é simples e informal. Certo ou errado depende da concepção do CEO, derivam de um processo individual e deliberado. Não há discussão do grupo, as estratégias são explicitadas e só depois implementadas, num momento posterior. Sente, pense, imagine, explicite e implemente. É difícil encontrar em sua forma pura, mas geralmente o exemplo são empresas familiares.


Escola do Planejamento
Formação da estratégia como um processo de FORMAL. Ela resulta de um processo controlado e consciente, decomposto em etapas distintas e apoiada em técnicas. Planejamento Estratégico; Responsabilidade do processo nas mãos de planejadores, que definem a estratégia para que possa ser explicitada e implementada. As principais etapas são: a fixação e objetivos, auditoria interna e externa, avaliação e operacionalização.
Os Sete Pecados
1. A assessoria assumir o processo
2. O processo dominar a assessoria
3. Sistemas de planejamentos que não produzem resultados
4. Planejamento concentrado nas fusões, aquisições, ao invés de desenvolver o negócio
5. Negligenciar requisitos organizacionais e culturais da estratégia
6. A previsão de um ponto único como base inadequada numa era de incertezas
7. Continua deliberada, mas pela visão de um grupo e não do CEO.


Escola do Posicionamento
Formação da estratégia como um processo ANALÍTICO. A estratégia é vista como uma posição genérica, comum e identificável no mercado através de cálculos analíticos. Tem Porter como precursor, para ele a eficiência viria do uso de uma estratégia. Os analistas representam um papel importante no processo passando os resultados de seus cálculos aos gestores, para então ser tomada a decisão.







Críticas ao trabalho de Porter: foco nas indústrias e grandes organizações, preocupa-se apenas com o quantificável e econômico, não com as relações humanas; separa o pensamento da ação.

DESCRITIVA

Escola Empreendedora
Formação da estratégia como um processo VISIONÁRIO. Tem seu conceito central na visão da empresa, criada ou ao menos expressa na cabeça do líder. Joseph Shumpeter, mostra que por ser fundamentada na criação pessoal, apesar de deliberada, é flexível e se adapta às necessidades emergentes que surgem conforme o curso. A maximização do lucro não explica o comportamento corporativo e sim as tentativas. Excesso de desprendimento, busca da inovação, ex Google, 3m.

Escola Cognitiva
Formação da estratégia como um processo MENTAL. A estratégia emerge como perspectivas, conceitos, mapas e esquemas de entendimento pessoal do ambiente. Processo cognitivo que tem lugar na mente do estrategista que emerge como fruto da percepção do profissional. As informações fluem através de filtros deturpadores (visão única, a curto-prazo), antes de serem decodificadas pelos mapas cognitivos. As estratégias são difíceis de realizar, porque quando realizadas estão abaixo do ponto ótimo e mudar para uma mais eficiente é complicado.

Escola de Aprendizado
Formação da estratégia como um processo EMERGENTE. Sugere que a adoção de estratégias não deliberadas possa ser adotada a qualquer momento. Atenção ao ambiente.
1956 – Charles Lindblom: A ciência de alcançar o objetivo de qualquer maneira
1980 – Brian Quinn: Estratégia para mudança, incrementalismo
Antes havia um incrementalismo desarticulado, sem uma lógica concebida, para Lindblon a estratégia emergente funcionava no esquema “lata de lixo”, coloca-se todas as idéias lá e quando necessário as retira. Quinn propôs um incrementalismo lógico como um processo contínuo, sem um salto de A para B, mudar de forma organizada e não de uma vez. A idéias surgem de baixo pra cima, do operacional ao estratégico, com a participação de todos.
Mitzberg – Modelo Básico
As estratégias crescem como “ervas daninhas” e lançam suas raízes por todo lado, tornam-se organizacionais quando passam a ser coletivas e gerenciar esse processo é reconhecer e intervir quando necessário. O aprendizado é coletivo e aborda capacidades distintas.
Escola do Poder
Formação da estratégia como um processo de NEGOCIAÇÃO. Admite o exercício da influência para negociar estratégias favoráveis a certos interesses. McMilan e Guth sugerem a política para aceitação de estratégias. Sua formação é moldada pelo poder e política, são emergentes e assumem meios de iludir, manobras e alianças. Tende a deixar de lado a cultura e a liderança, o ponto de vista é o de quem detém o poder através da negociação. Perda dos padrões na formulação de estratégias permanentes que são vitais para a estabilidade da organização.

Escola Cultural
Formação da estratégia como um processo COLETIVO. Baseado nas crenças e interpretações comuns a todos os membros da organização. Interação social, cultura e ideologia, não encorajam as mudanças estratégicas. A escola descreve muito bem o que existe, mas não cuida do que está por vir. Dentro do conjunto de valores definidos a estratégia funciona bem, mas as mudanças não agradam o que está coeso.

Escola Ambiental
Formação da estratégia como um processo REATIVO. Caracterizada pela passividade estratégica em relação ao ambiente externo. Promove apenas adaptações. “Se chover, abrimos o guarda-chuva.” Baseada na Teoria da Contingência, ambiente como agente central, a empresa tem que reagir, ou é eliminada do jogo, é passiva, formam nichos. Miopia pode gerar a morte organizacional.

PRESCRITIVA + DESCRITIVA

Escola de Configuração
Formação da estratégia como um processo de TRANSFORMAÇÃO. Ao nascer a empresa tem uma configuração estratégica estável. As organizações podem ser descritas na forma estável ou pode dar saltos quânticos periódicos. A função da administração estratégica é gerir as transformações sem destruir a empresa. Sobreviver às mudanças e obter sucesso.

A OBRA NÃO APRESENTA O ELEFANTE COMO UM TODO, SUAS PARTES AINDA NÃO FORAM TOTALMENTE EXPLORADAS.

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