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sábado, 19 de julho de 2008

G.S.A - Aula 7 - A Gestão Ambiental como Prática Social

por Marcella Santos

As organizações adotaram o discurso do desenvolvimento sustentável sob o prisma de suas visões tradicionais de gestão. Muitas vezes as ações ambientais assumem um caráter estratégico na busca da vantagem competitiva. Para Gobbi e Brito (2005) a redução de custos, a competitividade e a imagem institucional são fatores motrizes que condicionam o comportamento ambiental das organizações. O objetivo deste trabalho é mostrar aspectos de uma nova gestão fundamentada na prática social.
De acordo com Crubellate e Vasconcelos (2003) programas de gestão ambiental não lidam com a natureza física, mas com as conseqüências das ações humanas sobre ela, sendo assim não podem ser abordados apenas com modelos especializados, sejam de natureza técnica, gerencial ou cultural. Procedimentos e técnicas não são suficientes para gerar respostas adequadas à complexidade dos problemas originados do desenvolvimento. Soares (2004) considera que as questões ambientais não se originam exclusivamente das relações entre o homem e a natureza, mas principalmente do atual sistema produtivo, sendo assim seria necessária a transformação integral da estrutura social.
Gobbi e Brito apud Bourdieu (2003) a análise da gestão ambiental como prática social é decorrente da dinâmica estabelecida entre a organização e o seu campo social, este é o espaço no qual se manifestam as dinâmicas sociais e se estabelecem certas propriedades e regras que são produtos e produtoras das ações dos agentes nos campos, em função das posições relativas neste espaço. Um espaço de diferentes e diferenças, que agentes lutam por diferentes interesses e pela acumulação de diferentes tipos de capitais, envolvendo-se em jogos políticos marcados por conflitos, controvérsias, competições próprias da pluralidade decorrente das várias visões, interpretações e posicionamentos dos agentes sociais.
Gobbi e Brito apud Reed (1997) entendem a prática social como elemento mediador da relação entre cognição e a ação individual e coletiva relacionadas a redução de impactos ambientais e a preservação do ambiente natural em que as organizações estão inseridas. Esse tipo de gestão envolve cinco dimensões inter-relacionadas: o conjunto de ações em que os praticantes estão engajados como membros de uma comunidade, os conceitos por meio dos quais certos problemas compartilhados são identificados como base para o engajamento em interações recíprocas, os problemas através dos quais a prática é tomada e como é comunicada pelos praticantes, os meios ou recursos pelos quais projetos são buscados e as condições limitadoras são configuradas ou conduzidas.
Enfim, a fuga de modelos, regras, procedimentos em direção ao processo de aprendizado, pode ser o ponto principal da gestão na prática social, com isso a atenção deve ser voltada para os praticantes no seu campo social. Eles irão narrar seu cotidiano, interação, comunicação, sua forma de fazer as coisas, sem imposição preestabelecida. A gestão ambiental se desenvolve como produto da dinâmica estabelecida nessa inter-relação. Novas posturas, discursos e práticas vão sendo construídos pela organização na busca da mediação do campo social.

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