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terça-feira, 27 de maio de 2008

E.E - Aula 9 - As correntes explicativas da vantagem competitiva

por Marcella Santos

As teorias da Estratégia Empresarial referentes à vantagem competitiva (VC) podem ser classificadas em função de sua origem ou da dinâmica da concorrência. A primeira explica a vantagem competitiva por fatores internos (capacidades, recursos e competências) ou externos (posicionamento, mercado, estrutura das indústrias). A segunda, dividida em aspectos mais estáticos e estruturais embasada na noção de equilíbrio econômico, e aspectos dinâmicos, mutáveis e incertos da concorrência, destacando a inovação, a descontinuidade e o desequilíbrio.
Um dos modelos conceituais mais difundidos é o modelo da Nova Organização Industrial. Baseado nos trabalhos de Edward Mason e Joe Bain sobre a estrutura da indústria, defende que a performance das firmas em uma indústria particular depende do comportamento de compradores e vendedores frente a preços, cooperação, competição, investimento etc. A natureza da vantagem competitiva sustentável e fundada no exercício de situações de quase-monopólio, partindo da atratividade e do posicionamento ideal, defendendo sua posição através de barreiras à concorrência. Orientada para o conteúdo teve como principal autor representativo, Michael Porter.
Como alternativa à posição dominante da organização industrial, surge nos anos 80 a Teoria dos Recursos. A fonte de VC está nos estoques de recursos e nas competências desenvolvidas e controladas pela empresa. A vantagem sustentável está em ter acesso privilegiado a recursos únicos de difícil imitação. Também orientada para o conteúdo essa abordagem é racional, “de dentro pra fora”, tem o objetivo de desenvolver e explorar competências existentes. Fundada por P. Selznick e K. Andrews e como principais autores representativos estão J.B.Barney e R.Rumelt.
Focalizando as mudanças e a dinâmica da concorrência, surge outra corrente importante, a dos Processos de Mercado. Numa concepção empreendedora procura contínuas oportunidades de inovação. Não se caracteriza sustentável, mas transitória e cíclica. Baseada nas concepções da escola austríaca e fundada por J. Schumpeter, este considera a firma com suas características, entidade de difícil imitação perfeita pelos concorrentes e a função dos empreendedores é descobrir novas oportunidades de produção, nem sempre ligadas à inovação radical, mas também à capacidade de rápida imitação dos concorrentes. A diferença de performance das firmas está ligada aos fatores inobserváveis, invisíveis, que se escondem por trás dos fatores mensuráveis.
Por último, o Modelo de Capacidades Dinâmicas que pretende acentuar os aspectos de co-evolução entre ambientes concorrenciais crescentemente complexos e as capacidades e os recursos das firmas. Têm como unidade de análise os processos e rotinas organizacionais, os fluxos de recursos e competências. A natureza da VC é sustentável, fundada sobre recursos da evolução. A fonte da VC está na rotina e processos organizacionais capazes de regenerar a base de recursos da firma. Orientada para o processo e conteúdo. Seus fundadores são D. Teece, R.Nelson e S.Winter, como representantes estão C.K.Prahalad e G.Hamel.
A análise dos modelos teóricos é importante, pois o reconhecimento do aumento da complexidade ambiental e de seus impactos sobre o comportamento das firmas e o foco nos processos e recursos intra-organizacionais tende proporcionar uma convergência entre Estratégia e Teoria Organizacional.
VASCONCELOS, F.C e CYRINO, A.B. Vantagem Competitiva: os modelos teóricos atuais e a convergência entre estratégia e teoria organizacional. IN: BERTERO, C.O. Gestão Empresarial: Estratégias Organizacionais, São Paulo, Ed. Atlas, 2006.

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